Teatro por amor à camisola...
Quando li o editorial do vosso 1º número, chamou-me a atenção falarem da liberdade de expressão, hoje qualquer um de nós pode falar no próprio tema sem qualquer problema, ou pelo menos pensamos nós que sim.
Precisamente por isso, resolvi escrever-vos. Resolvi propor-vos que façam uma pesquisa e dêem uma oportunidade a quem trava “duras” batalhas pela sua própria liberdade de expressão. De entre muitos que o fazem eu pertenço a um desses grupos, os grupos de teatro amador. Pode até parecer estranho, mas sim, estes grupos lidam todos os dias com as mais adversas dificuldades para pôr de pé um espectáculo por mais pequeno e simples que seja.
Desde orçamentos reduzidos quando não inexistentes, carência de actores e técnicos, tentativas de agradar a “gregos e a troianos” (vulgo público) e uma força de vontade de sonharmos ser um bocadinho maiores do que na realidade somos, de tudo nós temos um pouco.
Quando se fala que existe falta de público para assistir a peças de teatro, não posso deixar de esboçar um sorriso e pensar nas salas quase sempre cheias que conseguimos ter, quando fazemos um novo espectáculo (diga-se de passagem que gratuito).
Os melhores prémios que recebemos são sem dúvida as palmas do público, no entanto sempre que estamos em ensaios sentimos muitas dúvidas e angustiamo-nos se o caminho que tomamos é o mais correcto.
Como em tudo existe a critica, por vezes injusta, muitas vezes cortante, vinda de pessoas que de teatro percebem muito pouco e que estão apenas habituadas a que os “coitadinhos” dos grupos amadores apresentem sempre as mesmas “xaropadas” de comédias do inicio do séc. XX ou revistas à portuguesa em que a piada escasseia e os textos são deprimentemente maus.
Mas essas opiniões são o que nos dá alento para continuarmos a ser uma classe de resistentes.
Um dia, perguntaram-me porque não ia para o conservatório? E eu respondi simplesmente, porque me sinto muito bem na minha pele de actriz amadora.
Mesmo sendo um caminho árduo, sinto-me feliz por vestir a camisola (tal como qualquer um dos meus colegas) e conseguir “formar” futuros jovens actores, mas mais importante do que isso, formá-los para que sejam os homens e as mulheres do futuro, com sentido de responsabilidade e de empenho e que saibam dar valor, ás “pedras” que aparecem ao longo da vida.
Tal como dizia Fernando Pessoa “Pedras no caminho?... Guardo todas, um dia vou construir um castelo.”
Sandra
Quando li o editorial do vosso 1º número, chamou-me a atenção falarem da liberdade de expressão, hoje qualquer um de nós pode falar no próprio tema sem qualquer problema, ou pelo menos pensamos nós que sim.
Precisamente por isso, resolvi escrever-vos. Resolvi propor-vos que façam uma pesquisa e dêem uma oportunidade a quem trava “duras” batalhas pela sua própria liberdade de expressão. De entre muitos que o fazem eu pertenço a um desses grupos, os grupos de teatro amador. Pode até parecer estranho, mas sim, estes grupos lidam todos os dias com as mais adversas dificuldades para pôr de pé um espectáculo por mais pequeno e simples que seja.
Desde orçamentos reduzidos quando não inexistentes, carência de actores e técnicos, tentativas de agradar a “gregos e a troianos” (vulgo público) e uma força de vontade de sonharmos ser um bocadinho maiores do que na realidade somos, de tudo nós temos um pouco.
Quando se fala que existe falta de público para assistir a peças de teatro, não posso deixar de esboçar um sorriso e pensar nas salas quase sempre cheias que conseguimos ter, quando fazemos um novo espectáculo (diga-se de passagem que gratuito).
Os melhores prémios que recebemos são sem dúvida as palmas do público, no entanto sempre que estamos em ensaios sentimos muitas dúvidas e angustiamo-nos se o caminho que tomamos é o mais correcto.
Como em tudo existe a critica, por vezes injusta, muitas vezes cortante, vinda de pessoas que de teatro percebem muito pouco e que estão apenas habituadas a que os “coitadinhos” dos grupos amadores apresentem sempre as mesmas “xaropadas” de comédias do inicio do séc. XX ou revistas à portuguesa em que a piada escasseia e os textos são deprimentemente maus.
Mas essas opiniões são o que nos dá alento para continuarmos a ser uma classe de resistentes.
Um dia, perguntaram-me porque não ia para o conservatório? E eu respondi simplesmente, porque me sinto muito bem na minha pele de actriz amadora.
Mesmo sendo um caminho árduo, sinto-me feliz por vestir a camisola (tal como qualquer um dos meus colegas) e conseguir “formar” futuros jovens actores, mas mais importante do que isso, formá-los para que sejam os homens e as mulheres do futuro, com sentido de responsabilidade e de empenho e que saibam dar valor, ás “pedras” que aparecem ao longo da vida.
Tal como dizia Fernando Pessoa “Pedras no caminho?... Guardo todas, um dia vou construir um castelo.”
Sandra
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